quarta-feira, setembro 20, 2006

Era uma vez um tomatal

Apresento-vos aqui um post que tinha há muito planeado, mas por falta de tempo e paciência ainda não o tinha concretizado.

Mesmo em frente à minha casa, na Lagoa de Santo André, existe um vasto terreno. Este terreno foi plantado durante anos, com milho, cevada, tremoço, etc. Entretanto o dono morreu e a terra ficou ao abandono. A unica utilização era o pastoreio, esporádico. Entretanto, um grupo de agricultores alugou o terreno para plantar tomate. Fizeram o furo para o regadio, lavraram metade do terreno e plantaram. Após três anos consecutivos de plantação, este ano a metade do terreno não utilizada anteriormente foi plantada. Metade essa que fica mesmo junto à minha casa. Como tal, acompanhei a plantação, crescimento e apanha deste belo tomatal.

Ficam aqui fotografias tiradas ao longo do ano, de forma a ilustrar a evolução da plantação. Espero que gostem.


Manhã cedo, em Abril de 2006. O terreno tinha sido lavrado, estrumado e preparado dias antes. Essa parte não acompanhei. Nesta fotografia podemos ter uma ideia mais global do processo de plantação. Meia dúzia de pessoas e um tractor.



Os pés de tomate já plantados. Ou dispostos no terreno. Aquelas fitas pretas são o sistema de rega automática que é instalado ao mesmo tempo. Pormenores na foto seguinte.



Atrás do tractor, estavam três senhoras sentadas. À sua frente, tabuleiros cheios de pés de tomate, germinados em estufa e adaptados ao terreno. As rodas verdes abrem um sulco no terreno. Os rolos castanhos contem metros de mangueira perfurada para a rega. As senhoras retiram o pé de tomate do tabuleiro, introduzem numa cavidade da máquina, que dispõe o pé junto do orifício da mangueira. E um senhor a conduzir o tractor. Quatro pessoas.

Depois disto seguem mais dois homens, de enxada na mão, que vão colmatando algumas falhas da "máquina de dispor tomate". Seis pessoas ao todo. É função destes senhores substituir os tabuleiros vazios pelos cheios, e unir as mangueiras caso terminem.

Após alguns meses, o tomatal apresentava-se assim. Se bem me recordo, esta foto foi tirada nos feriados de Junho/06. Reparem em algumas "peladas" na plantação. Zonas onde os pés morreram devido a uma praga que afectou gravemente a plantação.



Inicio de Agosto. Já se distinguem bastantes tomates, bem vermelhos. E saborosos, digo eu!


Finais de Agosto. Dias antes de ser apanhado.



A apanha. Uma grande máquina. Não contabilizei o número de pessoas ao todo, mas, pelo que me pareceu, são duas na máquina, e mais os condutores das retroescavadoras e dos camiões. Como podem reparar, o tomateiro é arrancado integralmente. A máquina encarrega-se de separar o tomate da rama.



O tomate é conduzido por um braço até à pá da retroescavadora. Reparem na quantidade!!


Assim que a pá está cheia, sai uma retroescavadora e entra outra. Nestas trocas, centenas de tomates caiem ao chão, sendo esborrachados pelas rodas da maquinaria pesada. As retroescavadoras despejam as pás nos camiões, que seguem directo para a fábrica. Infelizmente não fotografei os camiões.




Após a passagem da máquina. Restos de rama, alguns tomates que escaparam, e outros que cairam. O suficiente para a vizinhança se abastecer de tomate para a arca durante o ano todo, tomate para doce, tomate para a familia e amigos, e para os animais.




E o resultado final. Duvido que seja esta marca, mas foi o melhor que se arranjou. Lá em casa não se consome disto, só nas emergências.

4 comentários:

mitro disse...

Vês! Não achas que era mesmo possível acabar com a fome no mundo?

Mikas disse...

Interessante, sem duvida. *

Anónimo disse...

Bela reportagem. Cumpts.

Anónimo disse...

"maquina de dispor tomates"lol
é uma alfaia e chama se transplantador.
mas gostei das fotos.