sexta-feira, junho 22, 2007

O ensino em Portugal

Algo vai mal no ensino em Portugal.
Há muita opinião, grande parte delas infundadas. Os nossos governos tendem a basear as suas afirmações em dados concretos, como a média dos exames nacionais, as médias das escolas, médias e mais médias.
Eu não sei qual o governo que se lembrou disto:

Provas de Aferição

"As Provas de Aferição de Língua Portuguesa e de Matemática dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico visam avaliar o modo como os objectivos e as competências essenciais de cada ciclo estão a ser alcançados pelo sistema de ensino. A informação que os resultados destas provas fornecem mostra-se relevante para todos os intervenientes no sistema educativo, alunos, pais, encarregados de educação, professores, administração e para os cidadãos em geral. Estes resultados permitem uma monitorização da eficácia do sistema de ensino, devendo ser objecto de uma reflexão ao nível de escola que contribua para alterar práticas em sala de aula, que assim podem e devem ser ajustadas de modo sustentado."



Parece que o problema não é o ensino secundário, onde os professores são licenciados num curso com uma forte componente nas áreas da Matemática.
Parece que o problema vem da base. Ou do básico.

Exemplo prático: a minha prima. É professora. Tirou o curso na Escola Superior de Educação de Lisboa. Tem habilitação para dar aulas à primária. Duvido que saiba resolver uma regra de três simples, quanto mais uma equação de segundo grau. A matemática que lhes foi ministrada no ensino superior é curta. Tão curta que nem uma boa bengala permite ajudar.

Questão: Poderá um professor sem um amplo domínio da matemática ser um bom professor?
Resposta: Não.
Porque para ser um bom professor, tem que se ser professor de tudo (falando de um professor primário). Até pode ser um Saramago, mas se não sabe Matemática, Ciencias e História, o aluno vai ficar mal ensinado. Quando o professor treme de medo ao ouvir a palavra Matemática, que esperar dos seus alunos?

Já agora...
Eu não estou com paciência para ir ao site da ESEL e analisar o corpo docente deste Instituto. Mas qual é a formação académica da maioria dos docentes? Matemática Aplicada? Física? Geologia? Química?
Duvido...

9 comentários:

Anónimo disse...

Ora nem mais! Por isso é que hoje em dia, a maioria dos miúdos que andam no ciclo e no secundário não sabem sequer fazer uma soma sem recorrer à bendita máquina de calcular. Agora até é mais o telemóvel...
Mas enfim... É o lindo país que temos. O país dos doutores e engenheiros!
Beijinhos!

Cláudia disse...

Uiui que ele hoje destila veneno :)
Mas tens razão.
O ensino hoje em dia é mt pobre.

Anónimo disse...

O ensino está uma vergonha, e se não tiram de lá esta ministra ainda vai piorar mais. Nunca vi tamanha bronca à frente do Ministério da Educação.

José Carrancudo disse...

Aqui temos opiniões bem fundadas e propostas bem concretas e simples.

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.

Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.
email: gme@me.gov.pt, se.adj-educacao@me.gov.pt, se.educacao@me.gov.pt

GoMi disse...

É por aí...
Nós conhecemos 2 pessoas que foram para a ESEL. A que que tirou o curso para dar aulas à primária, não sabe para ela qto mais para ensinar... Já na outra vejo-lhe bastantes capacidades, no entanto tb está a dar aulas à primaria... há coisas assim...

rita disse...

e eu que já participei numa conversa em que, de repente, uma professora primária afirma (com regozijo) que detesta matemática e que os alunos dela só aprendem o mínimo indispensável a que ela não se pode escapar.
pelamordedeus!!!
nem que a matemática que se aprende na primária implicasse radicais ou quaisquer operações remotamente complexas para um adulto, ainda por cima, professor...
por outro lado, era a mesma pessoa que dizia aos miúdos que não podiam mentir porque tinham um anãozinho dentro da cabeça e, cada vez que mentiam, o anãozinho crescia até explodir e eles morrerem.
se esta pessoa tem uma turma de 20 miúdos por ano, e começa a trabalhar aos 24, até se reformar aos 65, eu diria que há boas probabilidades de uns 820 miúdos ficaram danificados.

José Carrancudo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Morgado disse...

Talvez este novo regime seja passo e meio para a privatização das universidades…

eu mesma disse...

Eu acho que as pessoas, sejam elas formadas em letras, matemáticas, ciências, etc., têm de ter capacidade ( e sobretudo vontade!) de aprender. Não nos podemos ficar apenas por aquilo que nos ensinaram...temos de aprender, temos de evoluir todos os dias! Condeno, sobretudo, a preguiça das pessoas em aprender!