Diz que é uma espécie de implicação

Algures este fim de semana, no programa que diz que era suposto ser cómico, dos Gatos Fedorentos, vi esta adaptação da música do Represas:



É costume , no final de cada programa, convidarem um músico de renome, que faz uma adaptação de uma das suas músicas de maior sucesso. Foi assim com o Tiago, dos Toranja, não foi assim com o David Fonseca, que foi "adaptar" Mónica Sintra.

Mas não isso que me interessa.
O que me interessa, neste caso, é o conteúdo.
Será que foi o Represas que fez a transformação do poema original para este? Ou será que foram os próprios Fedorentos?
Eu atirava-me mais para a segunda opção, mas isso sou eu.

E tendo sido os Gatos a fazer a adaptação, e trabalhando eu, neste momento, como contabilista, a situação leva-me a considerar as razões e as motivações deles. Já não é a primeira vez que o contabilista é o alvo da fúria dos felinos mal cheirosos. Será inveja? Será que os tipos não sabem fazer contas? Chumbaram todos a matemática e tiveram de se sujeitar a seguir cursos na área de letras, quando o sonho secreto dos quatro era ser economista?
Não creio.
Mas acredito que o contabilista, ou os contabilistas destes senhores não seja grande espingarda. Porque a crítica humorística tem que se basear em algo concreto e real, e pelos vistos os contabilistas que estes senhores conhecem são isso mesmo.
Ricardo, Tiago, Miguel e Zé Diogo, sendo vocês meus fiéis leitores, deixo-vos aqui uma sugestão: alarguem horizontes, não metam a farinha toda no mesmo saco.
Já agora, para quem chamava a todos os seus personagens o mesmo nome, e tentava criar um tipo de humor intemporal, pegar em figuras como o Paulo Bento e gozar insistentemente com ele não me parece dentro desse ideal. Nunca quiseram repetir cenas do gajo de Alfama, por exemplo, ou dos Matarruanos, para não gastar a imagem, mas do desgraçado do Paulo Bento, isso não tem crise.
Vocês são muito bons, mas são um bocadinho vigaristas. Penso eu de que...